terça-feira, 30 de outubro de 2012

... 100 anos de perdão...


Na boa... não sei você... eu não acredito em Deus ou religião que pede dinheiro!
 
 
 
Estou pagando para ver um Deus que multiplica dinheiro, para quem realmente precisa. Pode acreditar, se alguma fé, gera renda, ela não tem nada a ver com Deus e sim com a junta comercial mais próxima e, anualmente com o Imposto de Renda.

Dia desses zapeando compulsivamente, como é de hábito meu,
 
passei por um canal de uma Igreja dessas que fazem culto televisivo. O pastor vestindo jeans e camisa branca e um chapéu de peão boiadeiro, pedia a atenção para os seguidores, para que nunca sentissem inveja, que olhassem para o seu progresso (dele, o pastor), mas que não o invejassem, porque ele chegou ali onde estava então, pagando o dízimo “devido a Deus”. Como assim ? “Devido a Deus”???
 
 

Sei lá, talvez para que Deus continue no seu posto de administrador da fé, precise de dinheiro. Acho que para emprestar para quem precisa, tornando este, seu “devedor”... então, Deus é um agiota ?? É banqueiro?? Tem uma financeira?? Uma Holding?? Qualquer uma destas profissões que emprestam dinheiro a juros eternos, ou dízimos eternos. Eu, pessoalmente acho que tem algo podre neste paraíso, então sempre acabo ouvindo aquele chavão:

 -Cala boca, Fernanda!!

Pois seguindo a linha desse raciocínio, não acredito que haja alguém “meio leso”. Sabe como é, com déficit de atenção.

Para mim as pessoas “tontas”, ou são lesas mesmo, na totalidade, ou se fazem de “tansas”.

Quando eu viajava para vender aviamentos, no interior de Santa Catarina, e a viagem se fazia muito extensa, com roteiros de 14 dias, sempre a fazíamos em dupla. Pois em uma ocasião, fiz dupla com uma figura, vou chamá-lo aqui de “João” para evitar qualquer constrangimento.

João era franzino, galeguinho de Santa Catarina, alguns gens recessivos foram os culpados por seu cabelo preto e sua barba cor de fogo, que não, não eram tingidos. Além desta característica anômala, meu parceiro de viagem, era ou se fazia de alguém, totalmente “leso”.

Segunda feira, próximo de 13:00, estávamos chegando na cidade, próxima a Capital, neste horário, poderíamos nos acomodar e ainda desfrutar do almoço do hotel, depois descansar, pegar a mala e começar a semana de trabalho. Na fila do self, João diz baixinho: - Não vou comer esse arroz... ele é “paralizado”, acho que é o “uclibenis”!!.

Como eu não tinha muita intimidade com meu colega, pensei cá com meus botões: - ah, tá!!

Depois do almoço, João separou as fichas de atendimento e como já conhecia a cidade, me deu algumas dicas, das quais, quase nenhuma utilizei. Uma delas dizia respeito a uma cliente antiga do atacado que eu já conhecia apenas por telefone. E João soltou sua pérola: - Olha essa aqui é a Dona Mora Faxion, lembra dela ?? O nome da confecção dela é teshirtvave, tá aqui o endereço, acho que tu pode começar por ela ok?

Ok! Lá fui eu com minhas fichinhas, minha mala de amostruário, cheguei no endereço e automaticamente reconheci pelo letreiro na frente da empresa “AMORA FASHION T Shirt Wave”.
 
 Como eu não estava com meu colega, pensei cá com meus botões: - que bosta hein!!

Era uma cidadezinha minúscula, mas de um orgulho enorme. Lá a Imperatriz Leopoldina, passava férias, então toda a cidade vive em torno desse motivo.

Nesta cidadezinha, a igreja católica tinha uma força tão grande que se o cidadão não fosse à missa de sábado e de domingo, era procurado e repreendido pelo Padre da paróquia, e, se por força sabe-se lá de que destino, o devoto não paga-se o dízimo, este tería seu nome incluído numa lista de devedores, num SPC local, e se a inadimplência perdura-se por 3 meses, o meliante era então, recolhido à carceragem local até que a família o resgatasse, pagando sua dívida com Deus. Mas isso eu presenciei lá pelos anos 80, talvez agora já esteja diferente.

Não entendi, porque meu colega, chegou no meio da semana, num final de tarde com a barba feita, fedendo a Aqua Velva. com uma cara de ganhador da loteria que entra no bolicho. Mas fiquei na minha. O único comentário dele foi:

 - Amiga! Depois da missa eu me sinto de alma lavada, um novo homem! A fé é uma coisa maravilhosa. Tudo eu posso naquele que me fortalece ! Eu pedi e o senhor me ajudou !

Tá bom João, amém. Boa noite também!!

Amanheceu, desci para tomar o café da manhã, não vi João. Não me preocupei até que a rádio local deu a notícia bomba...

“Esta notícia, deixa-nos imensa consternação! Até hoje, não temos conhecimento de nada parecido em nossa pequena e pacata cidade.
Ontem, na missa de sétimo dia de nossa querida e saudosa Irmã Carolina, o Senhor foi roubado!!!
O dízimo da missa, que é feito durante a eucaristia, passando a cestinha de mão em mão, para que os fiéis depositem suas contribuições, não voltou para a mão do Padre. Só encontramos a cestinha vazia, na porta da Igreja.
Um indivíduo alto, claro, de barba ruiva, que foi visto sentado no último banco, durante a celebração, é o nosso suspeito.
Se souberem de alguém, por favor! Denunciem !!”

Como eu disse, não acredito em Deus que pede dinheiro e muito menos em alguém “meio leso”!!

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Bom, a Igreja para que tenha seu funcionamento precisa de dinheiro então por isso que é cobrado o dizimo. Mas por outro lado igrejas que cobram quantias extraordinárias de seus fies pra mim isso e outra coisa (.....),eu não estou aqui pra julgar nenhuma religião, seita ou igreja mas concordo plenamente com você Fernanda, esses celebrantes usam a fé de Deus para ganhar dinheiro e as pessoas lesadas caiem perfeitamente nessa perfídia com o uso do nome de Deus.

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